Você já deve ter ouvido essa frase: “Eram colegas de trabalho inseparáveis e agora, bom, agora, são só colegas…”. Esta semana, almoçando com uma executiva de uma importante empresa, esse foi o tema. Por que as pessoas se deixam envolver com colegas de trabalho em situações que muito pouco agrega ao seu lado profissional? É claro que, como toda situação, há casos e casos.
Eu mesma trabalhei em diferentes empresas que possuíam fábricas fora de capitais, no interior do Brasil. E, então, em cidades com 10 mil, 20 mil habitantes e uma fábrica, o que vamos encontrar é uma família inteira prestando serviços num mesmo local. As regras, nesse caso, são claras, e tudo, tudo acontece de forma natural e positiva.
A questão é que, em grandes centros, o acontece é diferente. Parece-me que está mais vinculado à urgência, à pressa, à falta de paciência de buscar e encontrar um outro. E, então, se estamos mesmo lá e o outro “aparentemente” é legal, por que não?
Está formada a confusão! Ela me contava a história de uma executiva recém-contratada e que, em total ascensão, se envolveu com um colega. Todos rapidamente tomaram conhecimento porque, inclusive, foram morar juntos para experimentar.
Tudo bem? Tudo bem. A questão é: profissionalmente, dificilmente ela terá as chances que teria. E ele? Bem, ele continuará crescendo dentro da organização. E você leitor(a), pode pensar que o resultado será diferente, mas no mundo corporativo é assim. Não há espaço para os dois subirem simultaneamente.
“O cara”
Conheço inúmeras histórias e posso afirmar: nem sempre esse tipo de relação é boa para os dois lados. Usualmente, um servirá de ponte para que o outro se destaque. E, nesse caso, é mais possível que o lado masculino tenha mais sorte. Ele, afinal, é “o cara”.
Conheço inúmeras histórias e posso afirmar: nem sempre esse tipo de relação é boa para os dois lados. Usualmente, um servirá de ponte para que o outro se destaque. E, nesse caso, é mais possível que o lado masculino tenha mais sorte. Ele, afinal, é “o cara”.
A história dessa executiva é um exemplo. Poderia contar aqui outras tantas. A de uma gerente que se relacionou com um analista e tantos outros casos ao contrário – ou seja: níveis hierárquicos diferentes para qualquer tipo de relação pode ser mal visto. A empresa não entende.
Outra questão: colegas que, consciente ou inconscientemente, usam o outro para subir. Então enquanto precisam deste, é só paixão. Quando não precisam mais, adeus! Tenho um par de histórias desse tipo… Mas quero entender que o pior de tudo, o mais complicado, é como me escrevem alguns leitores.
Histórias comuns
Jovens, casados e/ou comprometidos que escolhem se envolver com outros colegas também casados e/ou comprometidos. Aí, entendo que está a maior confusão de todas nas relações dentro do trabalho.
Jovens, casados e/ou comprometidos que escolhem se envolver com outros colegas também casados e/ou comprometidos. Aí, entendo que está a maior confusão de todas nas relações dentro do trabalho.
É claro que há paixão, há fogo, há química – mas há também por trás uma troca de interesses que nem sempre fica clara. Podemos usar o outro para melhorar nossa relação em casa, podemos usar o outro de alavanca para sair de uma relação que não mais queremos, podemos usar o outro para tornar o trabalho mais agradável, podemos usar o outro de escada para chegar onde queremos, podemos usar o outro para, por fim, ser reconhecido como “alguém” dentro da organização e, podemos até fazer por um amor distorcido, egoísta que está muito distante de tudo o que é belo, bom e verdadeiro.
Fuga
Estamos, nesse caso, muito mais na ilusão, no ego, no medo… Estamos escapando da realidade que não conseguimos enfrentar. Em qualquer dos casos não construímos relações saudáveis. Estamos, sim, nos fragmentando.
Estamos, nesse caso, muito mais na ilusão, no ego, no medo… Estamos escapando da realidade que não conseguimos enfrentar. Em qualquer dos casos não construímos relações saudáveis. Estamos, sim, nos fragmentando.
Isso é positivo? Diria a você que não. Às vezes, é só o que podemos fazer e vale aqui ter compaixão para com nossas escolhas. Vai ver foi só falta de atenção e amor próprio. Um deslize como um beijo roubado em uma festa de fim de ano.
Em qualquer situação, vale manter a calma e, se possível, reposicionar-se. Lembre-se: não precisamos repetir um comportamento que não ajuda. Não contribui para o nosso crescimento – seja como indivíduo, como profissional ou como ser humano!
Pense nisso: construir uma família é uma escolha diária. Demanda respeito, compromisso, amor, renúncia. Destruir uma família é fácil e doloroso. Ficar com o ônus, nesses casos, é quase uma consequência, uma conseqüência de dor e sofrimento…
Escolhas, sempre escolhas.
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