domingo, 16 de outubro de 2011

Problemas entre Pais e Filhos: Causas e consequências, que soluções a tomar sobre isso?


Acredito que você foi criado como eu: um pai, mãe ou tutor, quem sabe uma instituição, que trabalhou duramente para provar que você nasceu errado, com defeitos, e que tinha que aprender a ter o comportamento certo, para se dar bem na vida. Se o filho é mole demais: “tá vendo, vai ser um zé mané puxando carrinho de papelão!”. Se é impulsivo e cheio de opinião: “não respeita os outros. Tá com o rei na barriga! Tem que ser mais humilde!” Se é dócil e manso: “parece um bichinha. Vão te fazer de gato e sapato!”. Se é voltado para negócios e ganhar dinheiro: “que egoísta! A vida não é só matéria, não! Tem que ser mais companheiro! Cadê a caridade?”.
O pai educa o filho olhando a falta, o problema, aquilo que ele acha que, se o filho mudar, poderá ser mais feliz, mais aceito, mais íntegro. Não faz isso por maldade. Mesmo sem acertar o alvo, faz isso por amor.
O filho, do seu lado, também olha e julga o pai e a mãe. Eles fizeram isso e aquilo, agora vivem este casamento sem sal nem carinho. Papai trabalhou e nunca conseguiu nada – como pode me dar conselhos? Mamãe só exige: ela que tem que dar carinho, não sou eu! Talvez o íntimo reaja dessa forma, mas na atitude tenta, a todo custo, demonstrar amor aos pais. Porém, o filho sente-se cobrado sempre por ser melhor, diferente, perfeito.
Pai e filho estabelecem uma relação de loucos: ambos querem o bem, um do outro. Mas para alcançar o bem, julgam os erros e focam-se nos problemas que o outro tem.
Este é o erro de um pensamento que considera o homem como um ser separado do outro. Ledo engano. Não há nada separado de nada, muito menos um pai e mãe separado do filho. Mesmo que fisicamente separados, são uma coisa só, uma só emoção, e seguem um destino comum. Não há como a mão direita ser próspera e saudável, sem a mãe esquerda também participar. Não existe a mão certa e “um exemplo”, ao passo que a outra mão é um paria e um erro total. Não é possível solucionar nada ao ver o outro errado, porque, no fundo, quem vê o outro errado também vê a si mesmo, extremamente errado. E não existe ninguém errado.

A constelação sistêmica mostra o problema como caminho para a solução

A constelação sistêmica demonstra uma nova forma de perceber o pai, a mãe, o filho. Pense em você desta forma. Não existe separação. Pai, mãe e filho são um só corpo. Mesmo que os pais tenham se separado, mesmo que o filho não tenha conhecido os pais, são um só corpo. E os avós paternos e maternos também são parte deste corpo. Se existe um erro do pai, este é um erro de todos. Se o filho acertou, todos acertaram. Mesmo que não vivam juntos, esta a é noção sistêmica de família. O que se faz numa ponta, ressoa na outra, quer queira, quer não. Se minha orelha direita levar um tapa, todo o corpo sente.
O filho busca desesperadamente o amor dos pais. Quer o carinho, a atenção, o colo, a compreensão. E a força, a orientação, a ajuda e o impulso para um dia se libertar e alçar vôo sozinho. E quer mostrar: eu consigo. Eu dou certo! Eu também sou forte e capaz! O pai busca desesperadamente ser aceito pelo filho como pai. Quer vê-lo forte, com capacidade para se virar, seja qual for a tempestade que ele enfrente. A mãe quer desesperadamente acalentar o filho e protegê-lo. Poder segurá-lo no braço e simplesmente estar presente, nos momentos em que ele a procura.
Não importam os atos reais dos pais, mães e filhos. Não importam as separações, abandonos, maus tratos, desobediências, má-criação… Pelo contrário: elas servem de luz para mostrar que algo precisa ser reconsiderado. Sistemicamente falando, família possui uma energia invisível que a impulsiona para a união, para a aceitação, para o perdão mútuo e o crescimento conjunto. Mesmo quando houve divórcio, os laços sistêmicos clamam por compreensão e aceitação. Quando isso não existe, os filhos carregam a dor emocional. Não a dor do divórcio, mas a dor dos pais que não se aceitam. É possível a aceitação, mesmo com a separação. E só isso já cura o corpo familiar. Bem, eu sei… não é só. É um passo difícil. Mas necessário.
Todos os problemas precisam ser vistos e acolhidos. Qualquer problema: vícios, traição, abandono, desvios de conduta, doenças, fobias, medos, conflitos. Sistemicamente, problemas são partes do corpo familiar que necessitam ser olhados, por mais doloroso que isso possa parecer, a princípio. A dor emocional já existe interiormente, antes do problema, e quando este surge, é a vida dizendo: olha! A ferida abriu. É o momento em que o corpo está pronto para ser curado!

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